Intervenções neurotecnológicas em psiquiatria: o impacto da estimulação cerebral no tratamento de transtornos mentais
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Palavras-chave

Terapias de estimulação cerebral; transtornos psi-quiátricos; perspectivas; redes neurais.

Como Citar

Barbosa, F. C., Tadine, R. M., Rezende, J. D. P., Lopes, G. C. D., & Silva, E. J. da. (2025). Intervenções neurotecnológicas em psiquiatria: o impacto da estimulação cerebral no tratamento de transtornos mentais. CERES - Health & Education Medical Journal, 3(1), e71. https://doi.org/10.62234/ceresv3n1-007

Resumo

Introdução: O tratamento de transtornos psiquiátricos ainda é um desafio, pois 30-70% dos pacientes não respondem adequadamente às terapias convencionais. Avanços na neurociência mostram que essas condições estão ligadas a disfunções em redes neurais, não apenas em estruturas isoladas. Técnicas de estimulação cerebral, invasivas e não invasivas, surgem como alternativas promissoras, modulando circuitos neuronais e oferecendo opções personalizadas, especialmente para casos resistentes.  Objetivo: Analisar os tratamentos de estimulação cerebral mais relevantes, estabelecidos ou em investigação, para transtornos psiquiátricos, explorando seus mecanismos, eficácia e perspectivas futuras na personalização terapêutica.  Referencial Teórico: As doenças psiquiátricas são compreendidas como desordens de redes neurais. Técnicas como Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), Terapia Eletroconvulsiva (ECT) e Estimulação Cerebral Profunda (ECP) modulam a atividade neuronal. A EMT, por exemplo, usa campos magnéticos para ativar neurônios superficiais, enquanto a ECT induz convulsões controladas para tratar depressão grave. A ECP, por sua vez, envolve implantes de eletrodos para regular circuitos profundos.  Método: Revisão bibliográfica nas bases MEDLINE, PubMed, Science Direct, SciELO e LILACS, utilizando termos como terapias de estimulação cerebral, transtornos psiquiátricos e perspectivas. Foram incluídos artigos em português, inglês e espanhol, sem restrição temporal.  Resultados e Discussão: As terapias de estimulação cerebral representam avanços significativos no tratamento de transtornos psiquiátricos refratários, mas enfrentam desafios críticos em eficácia, segurança e acesso. A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) mostra eficácia moderada em depressão e esquizofrenia, porém com efeitos transitórios e custos elevados devido à necessidade de sessões prolongadas. Já a Terapia Eletroconvulsiva (ECT) mantém alta eficácia (50-70% de remissão), especialmente em depressão grave, mas sofre com estigma e efeitos cognitivos adversos, como perda de memória. Técnicas invasivas, como a Estimulação Cerebral Profunda (ECP), oferecem esperança para casos extremos (TOC, depressão resistente), mas envolvem riscos cirúrgicos e alta variabilidade de resposta. Alternativas em estudo, como a Magnetoconvulsoterapia, prometem eficácia similar à ECT com menos efeitos colaterais, mas ainda carecem de evidências robustas. Desafios principais: Falta de personalização: Biomarcadores precisos são necessários para prever resposta terapêutica. Barreiras de acesso: Alto custo e disponibilidade limitada restringem uso em larga escala. Questões éticas: Risco de uso excessivo em populações vulneráveis sem critérios claros. Embora promissoras, essas terapias exigem mais pesquisas para refinar técnicas, reduzir efeitos adversos e ampliar acesso, integrando-se a abordagens multimodais para otimizar resultados. Conclusão: As terapias de estimulação cerebral representam avanços significativos no tratamento personalizado de transtornos psiquiátricos, modulando circuitos neurais específicos. Desafios incluem otimização de técnicas, redução de efeitos adversos e expansão de indicações. Futuras pesquisas devem focar em biomarcadores, protocolos combinados e adaptação a condições como TEPT e dor crônica, transformando o cenário da saúde mental.

https://doi.org/10.62234/ceresv3n1-007
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